arte no tempo : blog

A Associação Arte no Tempo tem por objectivo a divulgação da arte musical contemporânea através da promoção de eventos culturais, do incentivo à criação e à interpretação, da edição e da realização de actividades performativas.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pedro Carneiro: carta-branca no CCB


"Tocar Xenakis durante quarenta anos, e pouco mais, é mais ou menos a mesma coisa que só comer tarte-de-maçã durante vinte anos." (Pedro Carneiro)

A propósito do espectáculo carta-branca com que, na segunda-feira, dia 30, Pedro Carneiro concluirá a temporada em que foi “artista associado” do Centro Cultural de Belém, terminaremos o mês com a divulgação de mais uma conversa, muito centrada no percurso do estudante e do jovem percussionista profissional, inadvertidamente esquivando-nos a uma abordagem mais reflectida a questões que serão essenciais ao seu processo de alquimia sonora.
Perante a velocidade do tempo que se esgota entre palavras (aparentemente poucas, estatisticamente muitas), Pedro Carneiro prometeu voltar a receber-nos no seu atelier para podermos finalmente debruçar-nos sobre essas mesmas questões, passando então do pragmatismo quotidiano ao essencial dos laboratórios de experimentação e reflexão da arte.

Pedro Carneiro recebeu a carta-branca que o CCB lhe dedicou endereçando-a aos seus próprios convidados. No espectáculo de segunda-feira, inaugurará relações de palco (com velhos amigos como Miquel Bernat, Nuno Aroso e António Rosado) e retoma colaborações anteriores (com a bailarina e coreógrafa Teresa Simas e, fora de palco, com o compositor Alejandro Viñao, presente para assistir à estreia europeia da sua obra Riff, para flauta e marimba).

Segunda-feira, 30 de Junho
Centro Cultural de Belém
Palco do Grande Auditório
21h00
Programa:
- Improvisação
Pedro Carneiro, marimba | Louis Sclavis, clarinete e clarinete baixo | Miguel Moreira, poesia
+ Intervalo +
- Toru Takemitsu,
Toward the Sea
Natália Monteiro, flauta em Sol | Pedro Carneiro, marimba
- Toru Takemitsu,
Rain Tree
Miquel Bernat, marimba | Nuno Aroso, marimba | Pedro Carneiro, vibrafone
- Alejandro Viñao,
Riff (estreia europeia)
António Rosado, piano | Pedro Carneiro, marimba | Teresa Simas, coreografia/bailarina | Pedro Mendes, bailarino | Miguel Moreira, performer | André Gonçalves, vídeo | Daniel Worm, desenho de Luzes | Pedro Mendes, figurinos

Suggia: Recital de Homenagem


Amanhã, às 22h00, um recital em homenagem a Guilhermina Suggia (1885-1950) terá lugar na Fábrica Braço de Prata (Sala Nietzsche), no dia do 123º aniversário do nascimento da violoncelista.
O evento conta com a participação do pianista Alexei Eremine e dos violoncelos Carolina Matos, Irene Lima, Miguel Fernandes, Paulo Gaio Lima e Ramon Bassal.
Do programa constam obras de J. Brahms, L. Freitas Branco, R. Glière, Krummer, Baden-Powell e K-ximbinho.

Lisboa, Fábrica Braço de Prata
Sala Nietzsche
27 de Junho, 22h00
[Rua da Fábrica do Material de Guerra, nº1]

terça-feira, 24 de junho de 2008

"Instrumentos com romance" ou o vazio de um instrumento


Um dia destes proponho-me entrevistar aquele senhor que faz programas de televisão que dizem ser sobre História. Sempre teremos a vantagem do entrevistado ser um bocadinho historiador e da entrevistadora ter alguma relação (ainda que muito ténue) com a História.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

com Borges


Li hoje, no Público de ontem (P2), um texto de Isabel Coutinho sobre uma conversa de José Saramago com María Kodama, na Biblioteca Nacional, na passada sexta-feira.

"José Saramago revelou-se um óptimo entrevistador. María Kodama, a última companheira de Jorge Luis Borges, riu-se às gargalhadas e lá foi respondendo às perguntas sérias, íntimas e prosaicas do Nobel português. Como é que Borges dizia que te queria? Explica-nos, explica-nos! (...)"

CdM: o que era ...será


A notícia do novo Director Artístico e de Educação da Casa da Música não é surpreendente.
Desde há muito, trabalho e decisões pareciam passar por ele.

Quando Pedro Burmester e Fausto Neves sairam da Porto 2001, ele permaneceu, segurando as pontas do projecto da Casa da Música, suportando, desde o primeiro momento, o bem sucedido Remix Ensemble.

Quem parecia saber do que estava a falar, quando em causa estava a programação da Casa da Música, era ele. Não surpreendia, portanto, que fosse ela a assinar declarações de intenções ou notas introdutórias sobre determinado programa.

Para o melhor e para o pior, sem outra figura que vista o papel da função que tem vindo a desempenhar, a partir de Janeiro, António Jorge Pacheco é o novo Director Artístico e de Educação da Casa da Música.

Prognósticos...?
...Talvez não haja mudanças radicais.

domingo, 22 de junho de 2008

pai, acreditas que eu estive em Muna?


Acabei por não ir assistir ao espectáculo que esteve até hoje no S. João (TNSJ), com o Drumming a interpretar originais compostos para o evento (um evento que, segundo consta, muito bebia das ideias de Miquel Bernat). ...E tenho pena.
...Mas fomos assistir ao Muna, do Visões Úteis (no TeCA). Ainda não assisti à versão para adultos, mas fiquei com bastante vontade de repetir a de crianças (e só tenho uma semana para o fazer!).

Será normal que uma pessoa com idade suficiente para ter carta de condução tenha vontade de ver pela segunda vez uma peça de teatro para crianças?
Seria mesmo uma peça para crianças? E, se não fosse, uma criança com menos de quatro anos conseguiria manter-se atenta do princípio ao fim?
Eu gostei do Muna infantil. E recomendo.
Nem tivemos medo a sério!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Muna: quem tem medo faz dois espectáculos


O Público de hoje (P2) traz um texto da Inês Nadais sobre o espectáculo do Visões Úteis, de que falámos há dois dias, e que está em cena até dia 29.

"Quem tem medo faz dois espectáculos: um para crianças, outro para adultos".

Já tencionávamos assistir, neste fim-de-semana. Se não tencionássemos, passávamos a tencionar.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Música portuguesa para clarinete solo


Amanhã, às 20h, no Auditório da Fundação Manuel Correia Botelho, em Vila Real, o clarinetista Nuno Pinto interpretará um programa inteiramente preenchido por obras de compositores portugueses para clarinete solo.

Quem não conseguir estar presente, terá nova oportunidade para ouvir o mesmo programa e para conhecer a recém criada Fundação José Rodrigues no dia 10 de Julho, às 21h, na antiga Fábrica Social, no Porto.

Programa:
Sérgio Azevedo – On the Edge (estreia absoluta) e Três Peças para cl. solo
Ricardo Ribeiro – Intensités
António Pinho Vargas – 3 Fragmentos
João Pedro Oliveira – Integrais II
Virgílio Melo – Upon a Ground I
Paulo Brandão – Colibri
Clotilde Rosa – Divertimento
Alexandre Delgado – Langará

Sobre o texto que não subscrevi


Há quase três semanas (e eu a pensar que tinha sido na semana passada!) chegou-me às mãos um documento que, entretanto, teve algum eco na comunicação social. Estou a falar dum documento redigido por quem defende a criação de um pólo da Cinemateca no Porto.
Na altura resmunguei e não assinei, primeiro que tudo porque não gostei da forma como estava redigido e porque o achei um bocadinho bairrista e provinciano. ...Da sua leitura, fiquei mesmo com a sensação (não sei se distorcida) de que só queriam uma cinemateca no Porto porque também há uma em Lisboa.
Sendo óbvio que há muito defendo o acesso de todos à arte (de maior interesse, nas melhores condições), acho muito bem que o Porto tenha um pólo da Cinemateca, ou qualquer outro organismo que possibilite/facilite o acesso ao espólio da Cinemateca Portuguesa (ou a uma programação de Cinema) do mesmo modo que considero importante que o mesmo espólio chegue a Seia ou a Freixo de Espada à Cinta, desde que haja condições mínimas para a projecção das películas em segurança.
Todo este caso da "Cinemateca do Porto" se envolve em episódios caricatos, dos quais o último de que tive notícia foi o ridículo comentário da ex-miss cultura (já lá irá uma semana, bem sei), do género "eu já tinha tentado, mas o Bénard da Costa é teimoso e egoísta...".
Talvez também eu esteja a ser teimosa. Talvez ainda assine...
Seja como for, era mesmo bom que pudéssemos, mais ou menos em qualquer região do país, assistir aos filmes exibidos na Cinemateca da Rua Barata Salgueiro (para não dizer "de Lisboa", como sempre digo, já que ela é "Portuguesa") e pelo mesmo preço!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Visões Úteis: Muna


Esta manhã!, o Visões Úteis estreia uma peça, que não é uma, mas duas (e, por isso, o dia começa cedo).
Pelo que se lê no site do TNSJ, Muna divide-se em duas versões: uma para crianças dos 4 aos 9 anos de idade e outra para maiores de 12 (quem tiver 10 ou 11 anos deverá, talvez, adaptar-se a uma das duas versões ...ou ficar em casa a ouvir música).
Poderemos deixar-nos contagiar por este projecto, criado a partir de "O Rei dos Elfos", de Goethe, até ao dia 29 deste mês, no Teatro Carlos Alberto (TeCA), no seguinte horário:

quarta e quinta-feiras: 10h30 e 15h00
sexta-feira e sábado: 15h00 e 21h30*
domingo: 16h00*
* versão para maiores de 12 anos

No mesmo site encontramos palavras do Visões Úteis:

"Muna é um projecto que, partindo de uma mesma concepção dramatúrgica, plástica e sonora, dá origem a dois espectáculos: um apresentado de dia e outro apresentado de noite; Muna para a infância e Muna para adultos. Exploramos aquele momento entre o sonho e o acordar, em que realidade e ficção se unem. O mundo fantástico que adultos e crianças partilham, mas percepcionam de modos diferentes. Todos os meios ao serviço do espectáculo (texto, som, luz, cenografia, figurinos e interpretação) desdobram-se em duas versões de uma mesma experiência.

Muna é o nome que damos ao que não sabemos designar, mas suspeitamos que existe. Muna é o território onde essas coisas habitam e onde a nossa lógica não se aplica. Muna é uma tentativa de definição daquilo que nos causa, simultaneamente, fascínio e medo. Muna é a energia que não vemos, mas cujas consequências sentimos. Muna não é observável nem mensurável, mas altera tudo à sua volta.

Nas duas versões de espectáculo, exploramos as reacções a Muna em idades diferentes. No que têm de comum e naquilo em que se distinguem: o medo, o desejo, a entrega ao mergulho, a fuga, a necessidade de domínio, a procura de um porto de abrigo... É esta ambiguidade, esta falta de um limite claro, que nos fascina e que encontrámos traduzida no poema “O Rei dos Elfos”, de Goethe, e no universo do ilustrador Júlio Vanzeler."

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Quarteto de Matosinhos


Esta noite, o Quarteto de Matosinhos encerra o ciclo de quartetos de juventude de Mozart, com os quartetos nº 11 a 13, K171 a K173 (os últimos dos quartetos vienenses).
A não perder, às 21h30, na Câmara de Matosinhos.

música: fenómeno social


"Even today people often are not always interested in a performance of a new piece; they often prefer just to be present at the premiere."

Audições para Percussão (solista A) - ONP


Percussão Solista A
Funções: Tímpanos, Laminas, Multi-percussão
- contrato permanente

Sábado 19 Julho 2008

Programa
- Marimba: Bach, Presto (1ª Sonata para violino em Sol menor)
- Caixa de rufo: J. Delécluse, Teste-Claire
- Excertos do repertório orquestral a comunicar

A candidatura (com CV) deve ser enviada por correio, fax ou e-mail até quinta-feira, dia 12 de Junho, para o seguinte endereço:

Orquestra Nacional do Porto (Audições)
Fundação Casa da Música
Avenida da Boavista 604-610
4149-071 Porto
Portugal
tel +351 220 120 200
fax +351 220 120 298
audicoesonp@casadamusica.com
www.casadamusica.com

As provas decorrerão na Casa da Música.
Os candidatos serão alvo de uma pré-selecção e receberão a resposta até 18 de Junho.
As partituras e demais informações serão fornecidas aos candidatos admitidos.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Seminários Privados de Magnus Lindberg


Apenas um apontamento para a infeliz decisão da Casa da Música de apenas permitir estudantes de composição da ESMAE de participarem nos seminários de composição de Magnus Lindberg. Note-se que, no início da temporada do Focus Nórdico, foi anunciado que Lindberg (compositor em residência deste ano) faria 4 seminários de composição ao longo do ano. Estamos em Junho e não houve qualquer anúncio com datas. É triste que o facto de uma pessoa não estar inscrita numa determinada instituição a prive de participar em actividades (que não interessam somente a estudantes de composição e, muito menos, apenas do Porto) organizadas por uma entidade pública sem afiliação com essa instituição.
Para o ano é Harvey... Será que voltaremos a ter um nome tão grande da música contemporânea no Porto, para um grupo tão pequeno de estudantes?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Música Portuguesa de Hoje no CCB


Foi recentemente apresentado um novo festival no Centro Cultural de Belém (CCB) que irá decorrer de 11 a 13 de Julho. Comissariado por António Pinho Vargas, Pedro Santos e Rodrigo Amado, o "Festival Música Portuguesa, Hoje" é a maior mostra de música portuguesa feita até ao momento e vai proporcionar, a quem passar nestes dias pelo CCB, uma perspectiva bastante abrangente da música portuguesa dos nossos dias.
O projecto surgiu de duas ideias distintas, uma apresentada por Pinho Vargas para um festival de música portuguesa erudita, e a outra por Pedro Santos e Rodrigo Amado, para um festival de música portuguesa pop, rock e jazz. Depois, o CCB juntou as duas e criou-se este projecto que, se correr como planeado, vai acabar por criar um fluxo entre públicos, de uma área para a outra, proporcionando assim uma oportunidade rara de dar a conhecer a música erudita contemporânea a um público que lhe é pouco próximo ou que eventualmente não tenha ainda tido contacto com este género musical. E vice-versa.
Com uma paleta diversificada de músicas à disposição do ouvinte, que se estende de João Domingos Bontempo a Camané, o festival será aberto por Martin André e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, que interpretará obras de Tinoco, Pinho Vargas e Braga Santos. Na mesma noite, há ainda espaço para escutar uma guitarra portuguesa e o Lisbon Underground Music Ensemble. No dia seguinte, a festa continua com concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa, OrchestrUtopica (em duas apresentações distintas, uma com Cesário Costa na direcção, e outra com Pedro Amaral) que fará também uma sessão de leituras de peças de jovens compositores seleccionadas por concurso. Do norte do país, o Grupo de Percussão Drumming apresenta-se também em dois concertos, onde interpreta, entre outros, obras de Emmanuel Nunes, Chagas Rosa, Luís Pena e João Miguel Pais. Será também possível ouvir os pianos de Mário Laginha e Bernardo Sassetti a acompanhar Camané bem como o Quarteto de André Fernandes, entre muitas outras propostas mais populares. Depois de mais de duas dezenas de concertos, o último momento erudito fica a cargo da Orquestra de Câmara Portuguesa sob a batuta do seu criador, Pedro Carneiro, a apresentar um programa algo contrastante, com obras de Emmanuel Nunes e João Domingos Bontempo. Como se pode observar pela diversidade dos vários programas, é fácil de perceber que Pinho Vargas (responsável pela parte erudita) conseguiu uma programação muito alargada sem privilegiar estéticas ou gostos pessoais, permitindo assim que realmente se ouça um pouco de tudo (embora não tudo) o que se faz em Portugal, goste-se ou não.