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A Associação Arte no Tempo tem por objectivo a divulgação da arte musical contemporânea através da promoção de eventos culturais, do incentivo à criação e à interpretação, da edição e da realização de actividades performativas.

terça-feira, 27 de maio de 2008

A Dinamarca e Pedro Carneiro


...Ambos estarão na Casa da Música (CdM) no próximo fim-de-semana, mas mal se tocam.
Será no Sábado (31 de Maio), num intenso Focus Nórdico, em que apenas o Concerto para Marimba (1983) do argentino Alejandro Viñao (1951) e uma obra apresentada em estreia absoluta, encomendada pela CdM a Luís Cardoso (jovem compositor em residência, 2008), não serão obras de compositores dinamarqueses. Tudo o resto, de lá provém.

Às 18h00, na Sala Suggia, o fabuloso Peter Rundel dirigirá o percussionista Pedro Carneiro (que em Junho apresentará um espectáculo resultante do desafio "carta branca" lançado pelo CCB, em que retomará antigas colaborações artísticas) e a Orquestra Nacional do Porto, na interpretação do Concerto de Viñao (n. 1951). O resto do programa compõe-se com obras dos dinamarqueses Hans Abrahamsen (n. 1952) e Carl Nielsen (1865 – 1931), respectivamente Nacht und Trompeten e a conhecida Sinfonia n.º 5.
Depois de um breve intervalo para jantar, às 21h00 o Remix Ensemble completa a noite (com um concerto inicialmente previsto para a véspera), sob a direcção do maestro e compositor Rolf Gupta. De regresso à Dinamarca, ouviremos música de Bent Sørensen (1958), Per Nørgård (1932) – ambos já nossos conhecidos desde os 21os Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea, em 1997 –, Poul Ruders (1949), a estreia de Luís Cardoso, e ainda mais duas obras do “compositor do dia”, H. Abrahamsen (Schnee – conj. 1 e Märchenbilder).

A título de curiosidade, refira-se que a obra que ouviremos de Bent Sørensen (Minnewater, 1988) é o trabalho que está na base de uma versão para grupo de câmara (Minnelieder, 1994) ouvida na Fundação Calouste Gulbenkian, precisamente, em 1997, pelo Ensemble Caput (que a encomendara). Nesses mesmos Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea, para além da estreia nacional de Minnelieder, a Fundação Calouste Gulbenkian apresentava a estreia absoluta de uma obra que encomendara a Sørensen, The Birds of Lament.
Que seria de nós sem a Fundação Calouste Gulbenkian? Ter-se-ia criado mais cedo a Casa da Música? Ou estaríamos ainda por descobrir a arte musical do nosso tempo?

...Mas tudo isto depois do fim-de-semana em que ouvimos a Orquestra Barroca da Casa da Música com o Taverner Consort, dirigidos por mais um grande nome britânico da cena da música antiga, Andrew Parrott. Continua por igualar a energia conseguida com Fabio Biondi à frente daquela orquestra, no último Inverno, mas o programa do dia 24, composto por obras de J. H. Roman (1694 – 1758), D. Buxtehude (ca 1637 – 1707) e G. Ph. Telemann (1681 – 1767), não deixou de ser bastante interessante e agradável de se ouvir, com algumas subtilezas ao nível do som em momentos melhor conseguidos.

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